Esse tal puerpério...


Há dias que estava querendo postar aqui no blog e não estava exatamente certa do que gostaria de postar. Por hora, trago o misto de emoções e sentimentos que me invadiram desde o dia em que escutei o choro dela pela primeira vez, ainda sem vê-la, mas sendo invadida por uma felicidade que jamais pensei ter sentido antes: "ela está aqui", pensei, e as lágrimas rolaram pelo meu rosto também.

O anestesista até brincou que eu ia borrar a maquiagem, mas não chegou a tanto. A experiência no hospital é estranha. Tudo é bem invasivo, mesmo estando em um quarto/apartamento somente com sua família. Ainda assim, não me incomodei.

O principal era meu presentinho e ela estava ali e ninguém mais que ela precisava de atenção e calor humano. E ela teve. As vovós não arredaram o pé e até uma titia veio de um pouco longe pra conhecer a Marisol. A irmã também estava lá e cuidou dela pra mim da forma que pedi.

O primeiro dia ela entalou com uma golfada e foi a primeira vez que conheci o medo. Chorei por estar na cama impotente sem poder levantar pra pegá-la, mesmo ela estando em segurança nos braços da vovó.

Óbvio, não dormi. Fiz vigília enquanto minha mãe dormia e qualquer coisa eu chamaria ela ou a enfermeira. Segundo dia minha irmã foi dormir conosco. Eu já estava apavorada com a possibilidade dela entalar novamente, tirei um cochilo ou outro enquanto ela estava no colo da tia, mas quando ia pro berço, eu estava super acordada.

Terceiro dia e viemos pra casa. Passamos na casa da sogra primeiro, almoço, um pouco mais de família, amor. Em casa, a sogra veio nos ajudar na primeira noite, eu já estava letárgica de tantas noites insone e consegui relaxar um pouco enquanto ela estava em seus braços.

Os outros dias foram me deixando mais tranquila. Ela golfou outras vezes e fizemos a manobra ensinada pela médica para não ter problema. Já consigo dormir quando ela dorme, mesmo que de sono leve. Estamos nos adaptando mas o medo está sempre me rondando.

Chamam isso de puerpério. Só espero que passe logo pois meus hormônios estão se rebelando contra mim. Eu choro quando lembro do nascimento dela, choro quando olho pra ela, tão pequena... Choro de saudade do marido, vontade dele estar sempre perto. De dia tudo é tranquilo, mas ao final da tarde e chegada da noite começam minhas lamentações.

Passam rápido. São momentos. Não sei por que e nem de onde vem. Mas o medo jamais vai me vencer, seja por causa do tal puerpério ou não.


Um final de semana de paz pra gente!

Pretendo voltar segunda-feira! Já estamos começando a ter uma certa rotina, então acho que aos poucos a programação aqui volta ao normal.

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